segunda-feira, 23 de novembro de 2009

FORD RS 200 1986



FORD RS 200 1986
1:43 ALTAYA

KALLE GRUNDEL - BENNY MELANDER
RALLY DA SUECIA 1986

Em 1980 nasceu uma nova era de supercarros. Construtores à espera de muscular a prestigiada categoria de rally Grupo B, são obrigados a construir um mínimo de 200 automóveis de modo a homologar os seus rebentos, o que normalmente significa ter de vender algumas versões de estrada. Muitas destas bestas, enquanto brutalmente eficazes em estradas de floresta, eram quase impraticáveis numa condução citadina.

O esforço da Ford no Grupo B, o RS200, era certamente eficaz, mas na sua forma de carro de estrada era o mais pratico e confortável de todos, tendo luxos como um cockpit extremamente civilizado, volante em pele e um sistema de som de alta-fidelidade.

Em competição, o RS200 nunca alcançou o máximo de potencial porque, apenas depois de uma época (1986), o Grupo B foi cancelado.

O RS200 foi concebido em 1983. Ghia estilizou o corpo monocoque, feito em fibra de vidro e Kevlar montado em cima de um favo de alumínio. Era mais bonito que qualquer outro carro de Grupo B.

Cosworth preparou o motor: 1.8 litros de cilindrada turbo-comprimido, derivado do motor que equipava o Escort RS 1700 T. Montado em posição central, desenvolvia 250 CV na versão de estrada e podia ultrapassar os 450 CV na versão de competição. Tracção às quatro rodas era rara na época, e foi o primeiro tracção total da Ford.

Pelo seu peso pluma, apenas 1050 kg, desenvolvia maravilhosamente. Podia atingir 96 km/h em apenas 6 segundos, a velocidade máxima rondava os 225 km/h.

O RS200 é lançado em 1984 no Salão de Turim, mas a pré-produção atrasou-se dois anos por problemas burocráticos de homologação.

Texto: Vítor Penedo
Fonte: Dream Wheels

Doze anos depois

Na época de 1986, a Ford estreou o RS200 no Rallye da Suécia com o piloto Kalle Grundel a obter um 3º lugar. No rali seguinte, o de Portugal, o piloto português Joaquim Santos não conseguiu evitar o acidente há muito previsto, e embateu com o seu RS200 da Diabolique no público que se projectava para a estrada, atropelando fatalmente 3 espectadores e ferindo uma dúzia de outros. Foi o princípio do fim da era dos Grupo B, já que o piloto de Fórmula 1 Marc Surer teve um acidente no Rallye Hassen, também com um RS200, matando o seu co-piloto.
Contudo este carro alcançou algum sucesso em campeonatos nacionais, com pilotos como Carlos Sainz, Antonio Zanini, e posteriormente em provas de Rallycross.

O fim do grupo B em 1986 e a subida do grupo A a categoria máxima obrigou a Ford a utilizar uma série de modelos com base no Sierra, desde o XR4x4 ao Sierra RS Cosworth terminando no Sierra Cosworth 4WD. O regresso do modelo Escort aconteceria somente em 1990 quando os primeiros protótipos do Escort RS Cosworth 4WD foram inscritos no campeonato espanhol de ralis de terra, aberto a modelos sem homologação. Partindo da experiência adquirida com o Sierra Cosworth 4WD, a Ford colocou o motor e a transmissão do Sierra no Escort, numa manobra em tudo idêntica à que tinha feito em 1968 entre o Lotus Cortina e o Escort TC. Com um motor 2.0 16v turbo de pelo menos 300 cv colocado em posição longitudinal, o Escort Cosworth tinha sobre o Sierra Cosworth 4WD a grande vantagem de ser mais curto e por isso mais ágil. Com a equipa Motorsport motivada, os resultados do ano de estreia foram bastante bons. O rali de Portugal marcou o regresso do Escort às vitórias, doze anos depois de Ari Vatanen ter ganho o RAC num Escort RS. O ano de 93 terminaria com cinco vitórias, três para François Delecour (Portugal, Córsega e Catalunha), uma para Miki Biasion no Acropole e outra para Gianfranco Cunico no Sanremo. Tudo parecia correr pelo melhor e 94 começou mesmo com mais um marco histórico, pela primeira vez a Ford ganhava o rali de Montecarlo da era moderna, com Delecour a desforrar-se de azares passados.


O WRC de 1997 ficará para a história como o Escort mais sofisticado de sempre. Motor 2.0 16v turbocomprimido de 300 cv, caixa de velocidades sequencial e tracção às quatro rodas com diferenciais de gestão electrónica à frente e ao centro.


Mas o novo director desportivo da Ford Motorsport, Colin Dobinson, que substituía o histórico Stuart Turner, decidiu anunciar o fim das actividades desportivas da Ford nos ralis no final de 1984. Pouco conhecedor do meio, Dobinson acabaria por ser substituí-do por Peter Gillitzer que decidiu manter os Escort RS Cosworth nos ralis, se bem que as participações no mundial tenham sido garantidas pela equipa RAS. Os resultados desapareceram e com eles Gillitzer, substituído por Martin Whitaker que para 1996 entregou a participação da Ford nas mãos de Malcolm Wilson. Com Carlos Sainz e Bruno Thiry o Escort RS Cosworth conseguiu uma vitória pelo piloto espanhol no rali da Indonésia, mas era notório que começava a faltar competitividade ao Ford, face aos concorrentes japoneses.
Em 1997, a regulamentação World Rally Cars permitiu à Ford actualizar um pouco o seu modelo que se passou a designar Escort WRC.
Uma revisão aerodinâmica era a face mais visível da mudança, mas mais importantes eram a nova suspensão traseira, uma nova caixa sequencial de seis velocidades, um motor revisto e acima de tudo uma transmissão com diferenciais de comando electrónico dianteiro e central. Carlos Sainz venceu o rali da Acropole e repetiu o primeiro lugar na Indonésia, naquela que foi a 46.ª e última vitória de um Escort em ralis de nível mundial. O ano de 98 veio demonstrar que o Escort WRC estava definitivamente ultrapassado, nem Juha Kankkunen nem Bruno Thiry conseguiram qualquer vitória, mas a sua última participação, no RAC, saldou-se por um segundo e um terceiro lugares. Um resultado honroso para a despedida.
No início dos anos 80, a Ford decidiu construir uma carro com as especificações do Grupo B já que o seu Escort mkII estava no máximo do seu desenvolvimento. Começaram então a construir o Ford Escort RS 1700T que era um veículo de tracção traseira tal como os Lancia Rally 037, os Opel Manta B ou os Renault 5 Turbo. Mas após diversos testes com os pilotos de fábrica, inclusive em Portugal , os engenheiros da Ford encontraram diversos problemas de fiabilidade que inviabilizaram o desenvolvimento do carro. A Ford via-se assim em 1983 com o material para desenvolver um carro de Grupo B, daí que mudou os planos e decidiu construir de raiz um protótipo, com tracção total, carroçaria em plástico e fibra de vidro. Nascia assim o Ford RS200.





KALLE GRUNDEL NASCEU NA Suécia a 11 Novembro de 1950.

Resultados :

10th. 1988 WRC Rally of Great Britain J. Johannsson 309
3rd. 1986 WRC Swedish Rally B. Melander RS200
6th. 1986 WRC Rally of Finland B. Melander Delta S4
5th. 1986 WRC Rally of Great Britain B. Melander RS200
5th. 1985 WRC Rally of Finland P. Diekmann 205 T16 E2
9th. 1984 WRC Rallye Monte Carlo P. Diekmann Golf
7th. 1984 WRC Rallye de Portugal P. Diekmann Golf
13th. 1984 WRC Tour de Corse P. Diekmann Golf
6th. 1984 WRC Rallye San Remo P. Diekmann Golf (2) GTI
5th. 1983 WRC Swedish Rally R. Melleroth Golf (1)
8th. 1983 WRC Rally of Great Britain H. Michel Golf (1)
8th. 1982 WRC Swedish Rally R. Melleroth Golf (1)
32nd. 1977 WRC Rally of Great Britain . UNKNOWN SAAB 99 EMS



BENNY MELANDER, nasceu na Suécia em 11 Novembro de 1950

Iniciou-se em 1978 WRC Rally of Great Britain com B. Blomqvist num Kadett (C) Coupé

Foi co-piloto de: L. Asterhaag, I. Carlsson, G. Pettersson, K. Grundel, L. Torph, S. Blomqvist, D. Carlsson.

Ford RS200 Rally Tribute

Pure Group B Ford RS200 - Part 1/2

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