segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ESCORT MK2 RS1800 1979




ESCORT MK2 RS1800 1979
1:43 ALTAYA

BJORN WALDEGAARD - HANS THORSZELIUS
XXVI RALLY DA ACROPOLE 1979 (WINNER)

FORD ESCORT

O Rally do Algarve de 1985 foi verdadeiramente uma prova histórica.
Marcou a estreia do Lancia Delta S4 enquanto viatura homologada em Gr. B, graças a uma autorização especial da FISA uma vez que a prova se iniciou oficialmente a 29 de Outubro e a homologação entrava em vigor a partir de 1 de Novembro, e a última vitória internacional do Escort RS (Mk II) enquanto veículo homologado, uma vez que este modelo perdeu a homologação no final de 1985.
O percurso vitorioso do Ford Escort Mk II iniciou-se mal se estreou, tendo ganho a sua primeira prova enquanto veículo homologado logo na sua primeira participação no Rally de Gales em Maio de 1975 com Roger Clark ao volante - o inglês tinha antes vencido o Rally de Granite City em Abril mas o carro ainda não estava homologado - e é espantoso que 10 anos volvidos ainda poderia ser competitivo ao nível de campeonatos nacionais como o português.
O segredo para o facto deste carro se ter mantido competitivo durante tanto tempo reside na filosofia que presidiu à sua concepção. O Escort RS MkII foi projectado para poder ser construído e mantido por equipas privadas em todo o mundo recorrendo a peças "especiais" fornecidas pela Ford Motorsport. A robustez e o baixo custo eram requisitos do projecto que mais do que um carro novo era uma evolução do MkI, com o qual partilhava inicialmente muita da mecânica, tornada necessária pelo facto do anterior modelo ter saído de produção - a marca publicitou inicialmente que se poderia construir um Escort RS MkII a partir de um Mk I e de uma carroçaria MkII.
Inicialmente homologado como Escort RS 1800 em Gr. 2 o carro teve no final de 1977 nova homologação como Escort RS em Gr. 4, quando a FIA ameaçou impor mais restrições às liberdades então concedidas na preparação dos Gr. 2, tendo terminado a carreira como Gr. B uma vez que a Ford falhou em encontrar um substituto à altura (o projecto 1700T) em tempo útil, pelo que no final de 1983, quando os Gr. 4 foram excluídos, estes carros foram transferidos para Gr. B. Note-se que também estava disponível uma versão Gr. A.


O Ford Escort foi criado pela Ford Motor Company Anglo-Germânica.
A geração MARK I (MKI) foi produzida de 1968 a 1974, na Europa, com carroçaria arredondada ao estilo da época. Tinha tracção traseira e estava equipado com motores 1.1 e 1.3. Em 1969 surgiu a versão RS 1600, que produzia 120 cv. Em 1973 surgiu a versão RS 2000 com 100 cv, motor pinto 2L.
A geração MARK II (MKII) foi produzida de 1975 a 1979, na versão Ghia e Mexico, ambas de motores 1.6 e também com as versões esportivas RS 1600, RS 1800, RS 2000.
Eleito pela Revista Autosport o Carro do Ano de 1984.
30 anos Escort

A segunda geração

A vitória de Waldegaard no Safari com um RS1800 contribuiu para a conquista dos mundiais de marcas e pilotos em 1979.




O segundo tipo de carroçaria, ou MKII, entraria ao serviço em 1975. Com linhas quadradas, bem ao gosto dos anos setenta, o novo Escort RS teria uma vida útil ainda maior que a do seu antecessor, tendo sido utilizado até 1984.

No início tratava-se acima de tudo de uma nova carroçaria sobre a mais evoluída das mecânicas usadas no RS1600 MKI, com um motor de 1.8 litros na versão de série e com o 2.0 litros BDA do MKI na versão de competição. Roger Clark seria mais uma vez o piloto encarregue da estreia, festejada com uma vitória no Granite City, um rali nacional. A primeira grande vitória do RS1800 aconteceria no final do ano por Timo Makinen, a ser o primeiro no RAC, com o finlandês a ganhar pelo terceiro ano consecutivo. Por imperativos de homologação, o modelo passaria a denominar-se simplesmente Escort RS e as vitórias importantes sucediam-se. Cinco consecutivas no RAC entre 75 e 79 instituíam o Escort RS como a referência entre os carros de ralis para os pilotos britânicos. Em 1977 a equipa Ford Motorsport composta por Bjorn Waldegaard, Hannu Mikola e Roger Clark quase vencia o campeonato do mundo de marcas, perdendo-o in extremis para a rival de sempre, a Fiat. Restava a consolação das vitórias de Waldegaard na edição mais chuvosa de sempre do Safari, no Acrópole e no RAC. O ano de 1978 seria ainda mais doloroso. Prolongadas greves nas fábricas da Ford em Inglaterra impediram as participações verdadeiramente oficiais, registando-se apenas duas vitórias.
Uma temporada sem vitórias no último ano do Escort.


O valor do Escort RS era inquestionável, mas continuava a faltar um título mundial. Para 1979 a Ford decidiu investir mais recursos humanos e técnicos e os resultados apareceram de imediato. Em oito participações no mundial, o Escort RS ganhou cinco (Portugal, Acrópole, Nova Zelândia, Canadá e RAC) e terminou em segundo nas outras três. Em Montecarlo a vitória estava quase garantida por Waldegaard, quando na última noite os espectadores colocaram pedras e neve no meio da estrada para atrasar o piloto nórdico e permitir ao francês Jean-Pierre Nicolas, em Porsche, ganhar. A Ford garantiu assim aquele que é, até hoje, o seu único título de marca no campeonato do mundo de ralis, cuja primeira edição decorreu em 1973. Bjorn Waldegaard era consagrado o primeiro campeão do mundo de ralis.
A versatilidade e resistência eram os grandes trunfos do Escort. Competitivo em pisos de terra, em pisos de asfalto ou na neve, e com uma assistência fácil e simples, o Escort RS seria o modelo que outras marcas tentariam copiar. O Vauxhall Chevette HSR e o Talbot Sunbeam Lotus eram os exemplos mais óbvios, mas nunca conseguiram atingir o nível do Ford.
Consciente de que a tecnologia nos ralis estava prestes a sofrer um salto importante, a Ford decidiu não participar oficialmente nos mundiais de 80 e 81, dedicando-se ao desenvolvimento de um novo Escort com motor turbo. Mas os Escort RS continuariam a marcar presença no mundial através da equipa de David Sutton, patrocinada pela Rothmans e com Hannu Mikkola e Ari Vatanen como pilotos. Três vitórias em 81 no Acropole, Brasil, e 1000 lagos chegaram para sagrar Ari Vatanen campeão, o único a conseguir este feito numa equipa privada.




BJORN WALDEGAARD nasceu em Solna na Suécia a 11 de Dezembro de 1943. A carreira de Bjorn Waldegaard durou 30 anos.
Iniciou-se em 1962, num VW, e terminou em 1992. A sua primeira grande vitória acontece no Rali da Suécia de 1968 num Porsche 911 T. No ano seguinte também vence o Rali da Suécia e vence pela primeira vez o Rali de Monte Carlo com um Porsche 911 S, vitória que repetiria em 1970 com o mesmo carro. Waldegaard nesse ano fez provas decisivas para que a Porsche conquistasse o título internacional de construtores. Nesse ano venceu pela terceira vez consecutiva o Rali da Suécia e o Rali da Áustria. Bjorn Waldeggard manteve a ligação à Porsche até 1972 (nesse ano Waldegaard participa no Rali TAP ao volante de um Citroen). Nos anos de 1973 e 1974 Waldegaard pilotou vários carros: Fiat 124 Abarth, Volkswagen, BMW 2002 Ti, Porsche 911, Toyota Corolla e Celica, e Opel Ascona. Entre 1975 e 1976 guiou pela Lancia tendo vencido 3 ralis: Suécia (1975), San Remo (1975 e 1976). Em 1977 passou para a Ford e nesse ano venceu 3 ralis: Safari, Acrópole e RAC. No ano seguinte apenas uma vitória: Suécia. 1979 foi o ano da sua consagração ao se tornar Campeão do Mundo de Ralis na primeira edição do WRC: venceu dois ralis, Acrópole e Canada. Em 1980 guiou pela Mercedes, Fiat e Toyota; em 1981 faz um rali pela Ford sendo os restantes pela Toyota. Em 1982 participa no Monte Carlo com a Porsche mas o resto do campeonato é efectuado ao volante do Toyota Celica. No ano seguinte mantém a ligação à Toyota apesar de participar no San Remo com um Ferrari. A partir de 1984 até 1991 todas as participações de Waldeggard nos ralis são ao volante de um Toyota. Em 1992 participa pela última vez num rali ao volante de um Lancia, no Safari. Ao serviço da Toyota Bjorn Waldegaard ainda venceu 6 ralis: Nova Zelândia (1982), Costa do Marfim (1983), Safari (1984), Safari e Costa do Marfim (1985) e Safari (1990). Bjorn Waldegaard venceu 16 ralis e teve mais 5 vitórias anteriores a 1973.


HANS THORSZELIUS nasceu na Suécia em 19 Fevereiro de 1944.
Correu como co-piloto de Bjorn Waldeggard entre 1973 e 1985, e em 1986 fez duas provas com S. Millen num Toyota.

1970s Rally - Acropolis Rally (14/15)

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